A MULHER GNÓSTICA E O SEU TRABALHO FUNDAMENTAL
- Amanda de Oliveira Nunes

- 7 de jul.
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Atualizado: 16 de jul.
É inegável que a mulher contemporânea assume múltiplas funções: cuida do lar, educa os filhos, auxilia seu marido, trabalha, constrói uma carreira, ou mesmo desempenha todas essas tarefas simultaneamente. Porém, é imprescindível compreender que nenhuma dessas responsabilidades deve obscurecer ou substituir o verdadeiro e mais elevado propósito: o de tornar-se uma sacerdotisa.
Ao abordarmos o tema do papel da mulher na senda gnóstica, deparamo-nos com a escassez de registros específicos sobre a atuação feminina nesse caminho. Entretanto, há várias sacerdotisas e mulheres iniciadas, que podemos observar ao longo da história, como: Maria Madalena, Maria mãe de Jesus, V.M Litelantes, entre outras. Por isso, torna-se necessário um estudo atento e sensível para compreendermos profundamente qual é a função da mulher no processo do autoconhecimento e da realização íntima.
O principal propósito de toda alma é a Autorrealização Íntima do Ser. Contudo, é comum encontrarmos mulheres que, mesmo trilhando essa jornada, sentem-se incapazes de atingir esse objetivo. Muitos desses obstáculos têm origem em questões internas e subjetivas, como a baixa autoestima, a falta de confiança, a ausência de amor pela própria trajetória e a incompreensão do papel sagrado da mulher dentro da obra gnóstica. Um dos grandes conflitos do feminino moderno reside na não aceitação de si mesma. Sabemos, no entanto, que tais dificuldades são manifestações dos nossos próprios conteúdos psicológicos, pensamentos que atuam como mecanismos de adormecimento da consciência, impedindo-nos de realizar o trabalho interior necessário.
É inegável que a mulher contemporânea assume múltiplas funções: cuida do lar, educa os filhos, auxilia seu marido, trabalha, constrói uma carreira, ou mesmo desempenha todas essas tarefas simultaneamente. Porém, é imprescindível compreender que nenhuma dessas responsabilidades deve obscurecer ou substituir o verdadeiro e mais elevado propósito: o de tornar-se uma sacerdotisa.
Servir à família e ao esposo não é um papel secundário, mas sim parte fundamental da missão espiritual da mulher gnóstica. O matrimônio é, frequentemente, o grande ponto de prova e a via de superação, pois é nele que se desenvolve o caminho da Autorrealização Íntima do Ser. É necessário, portanto, que os objetivos espirituais do casal, estejam alinhados nos três aspectos fundamentais do ser: pensamento, sentimento e vontade.
Ao nos dedicarmos com sinceridade e profundidade à Grande Obra, voltamo-nos para dentro de nós mesmas. O caminho é interno. Em cada passo trilhado no matrimônio, é possível regenerar-se. O homem e a mulher, ainda imperfeitos, são chamados a construir juntos um alicerce espiritual rumo à perfeição. Para isso, é necessário passar pelos atritos do casamento, pois eles são as faíscas que acendem o fogo sagrado da transmutação. Gradualmente, compreendemos que o esposo é reflexo de nosso próprio aspecto interno, sobretudo do nosso aspecto racional. Desse modo, a mulher deve aprender a integrar e sintetizar dentro de si esses elementos, unificando o que está em conflito, cessando as dualidades internas.

O trabalho com a transmutação sexual é uma prática profundamente íntima e sagrada, e deve estar diretamente conectada à relação com a Mãe Divina. Somente Ela pode auxiliar verdadeiramente nesse processo. Estabelecer uma relação de devoção e proximidade com a Mãe Divina é essencial para que Sua presença nos acompanhe tanto no ato sexual alquímico quanto em nossa vida cotidiana — de instante em instante — sustentando-nos e fortalecendo-nos no caminho da fidelidade ao trabalho.
Ao iniciarmos a prática da transmutação, é possível notar transformações significativas na saúde feminina. Observa-se uma mudança nos ciclos menstruais, no bem-estar físico e emocional, bem como na redução de desconfortos como cólicas, tensão pré-menstrual e oscilações de humor. Tais mudanças são frutos da energia refinada que se adquire com a transmutação sexual, tornando-se alicerce fundamental para a transformação da mulher.

Somos, em nossa essência, a força criadora da divindade. Por isso, o trabalho gnóstico feminino exige respeito, amor e disciplina. Cabe à mulher gnóstica ser companheira leal e consciente no caminho iniciático, caminhando lado a lado com o esposo, como sacerdotisa e guardiã do templo. Se quisermos atingir este papel, devemos primeiramente descer aos nossos infernos e transmutar o chumbo em ouro.


"Cabe à mulher gnóstica ser companheira leal e consciente no caminho iniciático, caminhando lado a lado com o esposo, como sacerdotisa e guardiã do templo."
Obrigado pelo diretivo texto. Desejo a todos a mais fraternal Paz Profunda.
ótimo estudo! assuntos muito pertinentes. Realmente não se vê muitos conteúdos voltados especificamente ao caminho da mulher. Muito bom 👏🏻