MULHER GNÓSTICA
- Cássia Padilha Maciel

- 7 de jul.
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Atualizado: 7 de jul.
A mãe é consciência que através de toda a criação faz com que possamos fazer ciência de nós mesmos, através de todas as experiências.

O maior anelo da mulher gnóstica é a virtude suprema. Este anseio manifesta-se quando iniciamos o trabalho consciente sobre nós mesmas: percebemos, então, a necessidade de um contato profundo e sagrado com nossa Divina Mãe Kundalini, nossa serpente de fogo. É ela quem nos revela, com amor e severidade, as transgressões que carregamos, por isso, no início da senda, torna-se difícil compreender plenamente as nossas próprias misérias. Julgamo-nos e sofremos, até que a luz do entendimento se faça, mostrando-nos que foi a ignorância que nos desviou de nosso verdadeiro propósito.
A purificação é o caminho, e ela se dá por meio da transmutação de nossas energias criadoras, através do fogo sagrado. A Mãe Ígnea queima nossas impurezas e, com sua chama, nos liberta das correntes da inconsciência, é morrendo psicologicamente que vamos tendo consciência da própria vida.
A mãe é consciência que através de toda a criação faz com que possamos fazer ciência de nós mesmos, através de todas as experiências.
Como expressa poeticamente o Cântico dos Cânticos:
“As rosas vermelhas são melhores que as brancas, pois carregam a sabedoria do pecado. ”
O Íntimo se faz Mestre com os frutos maduros da experiência, pois foi comendo do fruto proibido que vislumbramos, pela primeira vez, a possibilidade de nos tornarmos como deuses. Mas antes de nos tornarmos deuses, é imprescindível que tenhamos passado e vivido como diabos, portanto antes de sermos sacerdotisas, andamos pelos abismos da prostituição, tornando-se conhecedoras do bem e do mal.
Ao contemplarmos esse lado obscuro, devemos acolher, com consciência, a necessidade das experiências vividas. E ao contemplar essa face sombria, não devemos rejeitá-la, mas compreendê-la como parte indispensável na cristalização de nossa alma, pois é através da descida aos infernos psicológicos que extraímos o ouro da experiência.
A partir desse ponto, iniciamos a verdadeira purificação pela transmutação sexual, elevando nosso nível de Ser, aprendendo a nos conduzir como mulheres que anelam, com profunda seriedade, a virtude extrema da verdadeira Sacerdotisa.

A Sacerdotisa, além de buscar sua Autorrealização Íntima do Ser, busca elevar também seu varão, ajudando-o a recordar seu propósito, ensinando-o a transmutar suas energias, ajudando-o a levantar-se interiormente, e a trilhar o caminho da Morte Mística.
No Princípio, Adão e Eva símbolos do positivo e do negativo uniram-se e geraram uma terceira força: o Neutro, o Poder Criador, com o qual forjaram um mundo. Mas este mundo foi criado sem consciência. Agora, Adão e Eva devem unir-se novamente, não para gerar mais ignorância, mas para compreender o significado profundo da Criação, transmutando-a em Consciência, e assim iniciar a revolução do homem e da mulher no crisol do Espírito.
O sexo é sagrado e deve ser vivido com veneração, amor e profundo respeito. É imprescindível cuidar da energia criadora, por isso em momentos em que não vai existir a cópula química, homem e mulher devem evitar carícias lascivas, elogios carregados de desejo, beijos ardentes, e todo ato que gaste esta energia, para que depois na hora sagrada da união, a mulher já não tenha esta energia necessária para a cópula, e nem o homem a força sexual que necessita para conquistar sua mulher.
A mulher, como princípio passivo e receptivo, deve educar sua parte ativa para que conserve e direcione sabiamente essa energia. Ela deve aprender a dominar seus fogos, a fim de não ceder ao impulso inconsciente de dissipar aquilo que, em essência, é o substrato espiritual de sua regeneração.
A mulher gnóstica deve assumir, com reverência, o papel de Sacerdotisa, deve voltar ao seu lar, cuidar dos filhos e ser um ninho acolhedor e harmonioso para seu esposo, como indicam as Escrituras Sagradas. Contudo, enquanto a mulher continuar desperdiçando sua energia criadora, carecerá da potência elétrica necessária para regenerar seu lar.
O lar é o sendeiro do Cristo, onde carregamos a cruz, e todas as coisas se renovam.



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