ANCESTRALIDADE E AUTOCONHECIMENTO
- Lincol Pedro Drosdek
- 14 de fev.
- 6 min de leitura
Atualizado: 10 de mar.
Nobre estudante, em algum momento de sua vida, já se perguntou por que e para que está aqui neste Planeta, nesta Galáxia, neste Universo? Já se perguntou alguma vez sobre o motivo de ter nascido nesta Cidade, Estado e País? E a família de onde vem, já se perguntou por que nasceu justamente ali e não em outra?

Além disso, já se indagou sobre o motivo de ter acontecido tudo o que aconteceu em sua vida até o presente momento? Por que as pessoas que cruzam pela sua vida diariamente são estas? Por que os eventos cotidianos ligados à família, trabalho, relacionamentos, etc., acontecem desta maneira em sua vida? Por que certas situações se repetem? São tantas perguntas... as quais certamente parte delas você já deve ter feito. Talvez, para algumas destas, já deve ter encontrado respostas, mas, se de fato chegou à respostas sintéticas, isto já é diferente.
Ao longo da vida, nos alimentamos de inúmeras informações. Desde o berço somos colocados diante de estímulos, a fim de aprendermos sobre as coisas que nos cercam para que possamos, como diz a frase popular: “nos virar com nossas próprias pernas”.
Notemos, que os citados estímulos que vem desde o berço nos dão uma base para sobrevivermos neste mundo. Aprendemos que precisamos comer e beber para manter o corpo vivo. Aprendemos que precisamos falar para podermos nos comunicar com o mundo. Aprendemos que devemos ir para a escola a fim de estudarmos/decorarmos conteúdos acerca do universo em que habitamos. Aprendemos que precisamos ter estudos, para termos trabalho, para termos dinheiro, para termos coisas, para vivermos melhor, físico e emocionalmente. A surpresa acontece quando alguns alcançam bons estudos, um trabalho que ofereça uma boa condição financeira, mas o seu estado físico e emocional continua o mesmo (ou pior) que em anos anteriores, quando se tinha, quem sabe, menos que a metade de tudo isto.
As pessoas chegam a uma determinada idade e percebem que a matemática ou a conta “não fechou”. Que aquilo que pensavam ser a vida ideal, não passou de uma ilusão. A conta bancária está cheia de dinheiro, a geladeira está cheia de comida, mas as mazelas da vida continuam as mesmas.

“Onde foi que eu errei?” Pergunta-se o pai ou a mãe que trabalhou arduamente a vida toda para dar boas condições aos filhos e vêem os mesmos perdidos nos vícios, em crises existenciais e em muitos casos, repetindo as mesmas cenas que os pais repetiram. Mudaram apenas os cenários, mas os padrões continuam os mesmos. Os erros dos filhos continuam os mesmos (ou piores) que os dos pais. “Como assim, dei de tudo ao meu filho e ele está desta forma, o que foi que eu fiz?” Eis a questão. Somos estimulados a buscar conhecimento desde que nascemos, porém, são poucos os pais que estimulam os filhos a buscarem autoconhecimento, serem conscientes de si mesmos, buscarem a autenticidade, a síntese.
De maneira geral, nos ensinam que diante das situações desafiadoras da vida, devemos buscar algo para “distrair”, buscar “algo divertido” para fazer quando está triste, encontrar hobbies para passar o tempo e não ficarmos entediados e aí está um dos maiores erros da sociedade: a vida hedonista, ou seja, a busca desenfreada por prazeres para anestesiar inquietudes emocionais.
Numa sociedade onde impera a busca por prazeres imediatos e materiais, a conta vem bem cara: ansiedades, depressões, doenças em geral, roubos, mortes, etc. Plantação e colheita. Nada é por acaso. Os pais que não ensinam os filhos a conhecerem e lidarem com suas emoções, seus sentimentos e aflições, ou seja, seu micromundo, verão mais tarde este mesmo filho tendo que lidar arduamente no mundo externo com situações muito sofridas, como dificuldades em relacionamentos, desistência rápida de objetivos diante de frustrações, a falta de propósito e foco em suas atividades e o distanciamento de uma vida espiritual em busca do Ser.
Nós criamos nossa realidade. Tudo o que nos acontece é tão somente um efeito a partir de uma causa. Onde a sociedade se perde? Quando cria mais causas com base nos efeitos que lhe acontecem e não olham para trás, para as raízes, a fim de uma resolução. O hedonista nunca percebe e não quer olhar para as causas, pois está sempre buscando o culpado por elas ou mesmo sabendo que é ele mesmo o agente causador, busca “anestésicos” para tal. O hedonista não percebe que quanto mais busca prazer para amenizar suas dores, mais dores está criando.
Tudo aquilo pelo que passamos ao longo de nossas existências tem suas causas e é aí que devemos entrar para “fechar a conta matemática”, ou seja, para sintetizá-la. Tudo o que passamos e vivenciamos é o efeito do que nós mesmos criamos. Um dia de nossa existência é tão somente a consequência dos dias anteriores, é o Micro no Macro. Não existem vítimas, do contrário, estaríamos negando a própria Justiça Divina ou mais que isso, a própria Seidade Divina, a existência de uma Consciência Suprema que rege o Universo. Não olhemos para tal Justiça como castigo, mas como a consequência daquilo que outrora fora realizado. Quem enxerga Justiça como castigo, ainda não compreendeu o significado de tal conceito.
Quando passamos a observar o mundo que nos cerca e abrimo-nos para enxergar os sinais que a vida o tempo todo tem nos dado, começamos realmente a perceber que o que está ao nosso redor é tão somente um reflexo daquilo que temos internamente, em nosso inconsciente. Quando percebemos que o Micro é igual ao Macro e vice-versa, começamos a compreender os desígnios, os “desenhos” de Deus e que também podemos chamar de Leis. Não confundamos com as leis dos homens, mas olhemos para Leis Superiores, Leis Cósmicas que abrangem aquilo que os sentidos podem alcançar e também o que está além deles.
A humanidade é regida por 48 Leis, mas destacamos aqui para esta nossa reflexão, duas delas, que são a Lei do Livre Arbítrio e a Lei do Pêndulo, também conhecida como Ação e Reação. Perceba, caro estudante, que você pode fazer o que você quiser e que esteja ao seu alcance, porém, terá o retorno na mesma intensidade daquilo que fizer, seja nesta ou em outra existência. Isso explica porque algumas coisas acontecem às pessoas e elas acham injusto, pois não se recordam plenamente daquilo que outrora plantaram e agora estão colhendo. Tudo o que fazemos é semelhante a uma plantação, em algum momento teremos nossa colheita. Aquilo que é doloroso, podemos chamar de Karma. Aquilo que é harmonioso e consciente, podemos chamar de Darma.
O que acontece com nós hoje é Herança da nossa Ancestralidade. Todavia, não olhemos para Ancestralidade, como sendo os pais, avós, bisavós, etc. Se vermos as coisas dessa forma, cairemos no terreno perigoso do julgamento e de buscar culpados pelo que nos acontece ou aconteceu. Como tudo é regido pela Lei do Pêndulo, isso quer dizer que todas as nossas ações terão reações. Dessa forma, quem é o pai que nós temos? O pai que um dia nós fomos para ele. Quem é a mãe que temos? A mãe que um dia fomos para ela. A Matemática Divina é exata, portanto, não existem vítimas e bandidos no mundo.
O que cabe a nós então? A nós, estudantes do Autoconhecimento, cabe compreendermos que o mundo é regido por Leis Cósmicas e ao passo que compreendemos tais Leis, passamos a compreender a nós mesmos. Ao longo dos próximos artigos, vamos desenvolvendo estes temas para que possamos estudar juntos a verdadeira Ancestralidade, que está dentro de nós, em nossa mente, em tudo aquilo que fizemos e que agora precisamos estudar e sintetizar.
Para fechar estes estudos, deixamos uma tarefa a você que nos acompanha: a partir de agora, passe a observar o mundo que lhe cerca, como se todas as pessoas que estão ao seu redor fossem ecos do seu próprio passado (porque na verdade elas são). Grave no seu coração a informação de que as pessoas diariamente apenas lhe devolvem o que um dia você deu à elas, nesta ou em outras existências. Não busque culpados e não culpe a você mesmo(a), porém, passe a olhar com maturidade para o mundo que lhe cerca. Se você ler e reler este texto com a devida maturidade espiritual, verá que inclusive será mais fácil perdoar as pessoas que você tem ou teve algum conflito. Em síntese, estamos sós no mundo, interagindo com nossos espelhos.

Boas reflexões e bons estudos! Paz Inverencial!
Trechos extraídos do livro Ancestralidade
O Micro e o Macro
Tomo I
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