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COMO ENFRENTAR OS PROBLEMAS NO CAMINHO DO AUTOCONHECIMENTO

Figura masculina de aparência messiânica, com armadura azul e manto vermelho, sentada em posição meditativa. Um grande halo dourado brilha atrás de sua cabeça, iluminando o céu ao entardecer. À esquerda, há uma cruz sobre uma colina, e à direita, um triângulo dourado, simbolizando espiritualidade, equilíbrio e transcendência.

A jornada do autoconhecimento, especialmente quando trilhada sob a luz dos ensinamentos iniciáticos, é inevitavelmente marcada por desafios. Estes desafios, muitas vezes percebidos como problemas externos, são, na realidade, reações diretas de nossas próprias ações — frutos inconscientes que cultivamos ao longo do tempo.


O Primeiro Passo: Aceitação e Responsabilidade


O primeiro e mais importante passo na superação de qualquer obstáculo é aceitar que todo problema que enfrentamos é de nossa inteira responsabilidade. Isso não deve ser encarado com culpa, mas com maturidade espiritual. Como bem diz Aracides Montreal em O Caminho da Autoanálise:

“Criamos com prazer, mas não aceitamos a dor de perder... Pode-se colaborar com a síntese aceitando as reações sem reclamar ou, então, sofrer em conflito com as leis.”

Ao reconhecer que somos os criadores de nossa realidade, deixamos de culpar o mundo exterior e passamos a operar no único campo que realmente podemos transformar: nosso mundo interior.


As Reações Como Ferramenta de Aprendizado


Após compreendermos que os problemas são resultados de ações passadas, torna-se evidente que não há castigo, apenas retorno. Esse retorno pode se manifestar em qualquer plano — físico, emocional ou mental — pois nossas ações também ocorrem nesses níveis sutis. A clássica máxima de Descartes, “Penso, logo existo”, já aponta que nossos pensamentos também são forças criadoras.

A vida, nesse sentido, nos oferece uma didática divina. Os problemas que nos desafiam são oportunidades para desenvolvermos a verdadeira sabedoria interior. Eles nos mostram onde ainda há desequilíbrio e onde devemos atuar com mais consciência.


“O Pão Nosso de Cada Dia” e a Lei de Retorno


A oração do Pai Nosso, muitas vezes repetida automaticamente, carrega em si um código profundo. Ao pedirmos “o pão nosso de cada dia”, referimo-nos também às experiências diárias — inclusive os desafios. Na sequência, pedimos perdão por nossas ofensas e nos comprometemos a perdoar os que nos ofendem. Eis aí o cerne da Lei de Ação e Reação: nossas ações geram reações, e perdoar é parte essencial do ciclo de compreensão e transcendência.

Com esse entendimento, até mesmo as situações mais cotidianas podem se tornar exercícios de autoanálise. Imagine um colega de trabalho que comete um erro e você precisa lidar com as consequências. O sentimento imediato pode ser de injustiça, de carregar um peso alheio. Mas, ao perceber que essa situação é o reflexo de algo anteriormente gerado, você a encara com serenidade, cumpre sua parte e dissolve o karma, ao invés de multiplicá-lo com pensamentos negativos.


A Lei Que Também Está nos Céus


Assim como os movimentos dos corpos celestes podem ser previstos com base em suas órbitas, também nossas ações seguem padrões regulares. Conhecendo a causa, podemos prever a consequência. O mesmo princípio que permite calcular um eclipse pode ser aplicado à nossa vida interior. Ao observarmos nossas ações e suas reações, encontramos a possibilidade de prever e modificar padrões.


A Morte Mística: Ferramenta Essencial


Neste processo de autotransformação, uma ferramenta indispensável é a morte mística. Trata-se da capacidade de eliminar, conscientemente, os agregados psicológicos — ou egos — que nos mantêm presos ao sofrimento. (Clique aqui para ver o episódio 09 do canal Pistis Sophia)

Considere um exemplo mais complexo: uma pessoa com uma carreira bem-sucedida vê-se forçada a reduzir seu padrão de vida devido a uma crise financeira. Essa mudança pode ser extremamente dolorosa, pois envolve não apenas finanças, mas hábitos, relações sociais e até a identidade construída ao longo dos anos.

Aquele que não compreende as Leis Universais pode mergulhar em desespero, sentindo-se derrotado. Por outro lado, o iniciado que compreende e aplica a morte mística verá nessa transição uma oportunidade de libertar-se de apegos e iniciar um novo ciclo com mais consciência e leveza.


Sofrimento ou Redenção: A Escolha Está em Nós


Quando não compreendemos a natureza das reações, sofremos. E esse sofrimento, por vezes, leva até mesmo à depressão e ao desespero. Em tempos de crise, é comum vermos taxas de suicídio aumentarem, reflexo de uma humanidade desconectada das leis internas que regem sua própria evolução.

Porém, ao trilharmos conscientemente o caminho do autoconhecimento, recebemos as chaves para transcender esse ciclo. Aprendemos a pagar nossas dívidas com amor e compreensão, em vez de dor e resistência.


O Milagre Real: A Consciência da Lei


Talvez você tenha chegado até aqui esperando uma solução mágica para os problemas. E, de certa forma, há uma. O milagre é a compreensão consciente da presença divina em cada detalhe da vida. Quando passamos a enxergar nossos desafios como instrumentos dessa presença, tudo muda.

Cada reação, cada dificuldade, cada dor, passa a ser um chamado à prática espiritual. E a essência da Gnose é, precisamente, a prática.


Conclusão: A Prática é o Caminho


Diante de qualquer problema, pergunte-se: De onde isso se originou? Qual foi a causa? O que preciso compreender para encerrar esse ciclo?

Perdoe os que te ofendem — são instrumentos do aprendizado. E busque não repetir as ações que geraram sofrimento. Assim, deixamos de alimentar a roda interminável de ação e reação.

Avante, Guerreiro de Aquário. A verdadeira vitória está em dominar a si mesmo. A batalha é interna — e a luz que a vencerá já brilha dentro de você.


Hélio Mateus Freire Nunes

 
 
 

1 comentário


Ao executarmos a ação do Livre arbítrio, considerando a Lei da Ação e Reação (pêndulo), teremos a manifestação do chamado retorno ou seja da Justiça Divina.


Muitas vezes esse retorno pode ser positivo ou negativo, contudo justo uma vez que são resultados de nossa livres e conscientes escolhas.


Se os resultados são positivos muito que bem, mas se os mesmos forem negativos não devemos sofrer e sim de maneira responsável, portanto consciente de enfrenta-los, ou seja, de reavaliarmos o resultado e rever nossas escolhas...


Um primeiro passo, na senda do auto conhecimento, é consideramos que as dificuldades que vierem, durante o "caminho", serão meros desafios de nossa total responsabilidade.


Parabéns e obrigado pelo artigo o qual merece ser, sem dúvida…


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