K-PAX - ANÁLISE DO FILME
- Lincol Pedro Drosdek
- 10 de mar.
- 6 min de leitura
K-PAX é um daqueles filmes, que para o estudo gnóstico, é uma joia preciosa, pois nas suas entrelinhas mostra ao estudante atento, o Caminho da Luz.
Alerta de spoiler. É importante ressaltar que este artigo fala acerca de várias cenas do filme, portanto, sugere-se que o estudante assista o longa-metragem, posteriormente leia este artigo e então reassista-o para capturar nuances mais profundas dele.
O filme começa numa estação, a qual já traz o símbolo de uma nova existência, onde pessoas embarcam (morte) e desembarcam (nascem). Numa réstia de luz, vê-se uma pena, o que nos mostra uma “penalidade”, ou seja, o filme traz como pano de fundo uma ou mais penalidades que precisam ser resolvidas e é aí que o protagonista surge: Prot (alusão à Próton, ou Protylo, ou Primeiro).

Ao chegar, Prot já é notado de maneira diferente por um pedinte que ali estava e é necessário que compreendamos que ao estudar um filme, tenhamos clareza de que todos os personagens coadjuvantes, formam partes do protagonista. No caso de Prot, que é uma representação do nosso Real Ser, este vem ao mundo a fim de sintetizar tudo que ali acontece. Ele sabe que tudo ao seu redor é uma contraparte de si mesmo e oferece ajuda naquilo e para aqueles que Ele nota ter algo pendente, ou seja, uma penalidade, tanto que ainda mesmo na estação, uma senhora é assaltada, Ele vai prestar ajuda a ela e neste instante a polícia chega e começa a interrogá-lo, de onde veio e a passagem, mas ele não tinha nada disso, pois chegou ao mundo de outra forma, então levam-no para o hospital psiquiátrico. Prot não reage, pois sabe do trabalho a fazer.
Então, a atenção volta-se para o Dr. Mark, médico psiquiatra, o qual começa a investigar a vida de Prot, que diz ter vindo de K-PAX, um planeta na Constelação de Lira, através de um Raio de Luz (Consciência), o qual é muitas vezes mais rápido que a velocidade da luz em si. Todavia, aqui precisamos ter uma olhar mais profundo, porque um “extraterrestre”, nada mais é do que nosso próprio Ser, tanto que mais à frente, Prot fala que o Sistema onde ele vive tem duas estrelas, chamadas Ágape (Amor de Deus ou o Verdadeiro Amor) e Satori (Iluminação Plena ou Compreensão Pura da Verdade). O filme, a partir da primeira conversa entre Prot e Mark, começa a ganhar forma e direcionamento nestes dois personagens, que no fundo são o mesmo, sendo Prot o Real Ser de Mark, o homem comum que começa seu despertar para a realidade.

Prot é internado num hospital psiquiátrico (a mente de Mark) e começa a interagir com os pacientes, que são os pensamentos do Dr., os quais começam a ficar fascinados com suas histórias.
Em paralelo a isso, Dr Mark é retratado num ambiente familiar onde vive somente para o trabalho e o intelecto, mal dando atenção para sua esposa e filhas, tendo já vindo de um relacionamento anterior, o qual teve um filho que praticamente não se falam devido a conflitos e aqui está o principal objetivo de Prot: levar Mark a entender que ele está investigando o passado de Prot, sendo que na verdade é o seu próprio passado que irá descobrir.
Aos poucos, estes pacientes (pensamentos do Dr Mark) vão se curando, se tornando mais conscientes de si mesmos e melhorando seus quadros psiquiátricos, pois Prot, com suas conversas vai trazendo reflexões (Consciência) a todos com quem interage. Assim deve ser dentro de nós. Ao invés de tentarmos uma abordagem medicamentosa para sanar os problemas que temos, precisamos conversar com nós mesmos, com nossos pensamentos, levando nós mesmos a compreendermos que nossos sofrimentos advém de algo que plantamos. Só assim poderemos proceder com a verdadeira cura.

Ao longo do filme, Prot diz ao Dr que irá embora em uma determinada data e isto o deixa reflexivo, pois um paciente não pode simplesmente sair do Hospital. Em seus cálculos, nota que ele ficará no total 5 anos nesta missão e este tempo já está se esgotando. O que é curioso, porque 5 é o número da Lei, ou seja, ele ficará o tempo necessário para que se cumpra a Lei, para que Mark possa buscar fazer as pazes com ela.
Um dia, Mark leva Prot a sua casa e dentre as várias questões inusitadas que acontecem, uma delas chama atenção quando Prot fica com medo ao ligarem um irrigador de jardim e ele não deixa a filha de Mark ir para a água.

A partir disso, Dr Mark tenta uma abordagem de hipnose para acessar o seu inconsciente. Em Gnose, podemos ver isso como um processo de Desdobramento Astral do próprio Dr, onde através do seu Pai Interno (Prot), irá acessar uma existência anterior.
O filme não fala diretamente sobre existências anteriores, pois trata de tudo como se tivesse acontecido com uma outra pessoa. Todavia, o estudante consciente, perceberá nas entrelinhas as mensagens que o filme vai trazendo, aludindo a um passado remoto de Mark. A partir das sessões realizadas, Mark descobre um possível local onde vivia “Prot”, pega um avião (Desdobramento Astral) e vai até lá, onde descobre através de um policial (a Lei), que Robert Porter era um rapaz que trabalhava num açougue, o qual tinha uma esposa e uma filha. Estas, foram mortas por um bandido que entrou na casa. Robert Porter então matou o assassino da sua família e depois se matou ao jogar-se num rio. Simbolicamente, o rio traz o símbolo do fim e do início de uma nova jornada (existência).
Dentro de um olhar esotérico, podemos ver então o filme da seguinte forma: Prot é o Real Ser do Dr Mark, que vem instigar ele a olhar para o seu próprio passado. Dessa forma, Robert Porter é uma existência anterior (vida passada) do Dr Mark. A esposa e filha que Robert tem e que são mortas, aludem a esposa e a filha que aparecem no filme e sob a qual é dada mais ênfase. Além disso, o filho, cujo qual o Mark tem conflitos é o próprio assassino da sua esposa e filha nesta existência anterior e que agora está como filho dele para que possam resgatar e curar o que lá atrás houve.
Não por acaso, Prot chama atenção de Mark acerca do filho e também de olhar ao seu redor, pois este é o seu trabalho aqui na Terra. Prot falou isso ao Dr após ele ter pedido para ir à K-PAX, dando a entender a ele que não estava preparado para isso. No dia em que falou que iria embora, gerou-se uma apreensão em Mark e também nos pacientes, pois todos queriam ir junto com ele para seu Planeta e Prot disse que só poderia levar uma pessoa. Então, ele levou justamente a moça que compreendeu quem ele era e que estava disposta a curar-se do seu passado.

Antes disso, Mark ainda diz que encontrou Robert Porter e que Prot era ele. Prot apenas disse que agora que Mark o tinha encontrado, que deveria cuidar bem dele, ou seja, agora que tinha acessado seu passado, deveria fazer as pazes com este.

Ao final do filme, Dr Mark leva a sério a mensagem que Prot deixou a ele e busca reconciliar-se com seu filho, reconciliar-se com a Lei de Causa e Efeito, acolhendo e fazendo as pazes com o passado, com a penalidade que ambos cometeram, para quem sabe um dia, ir à K-PAX, que nada mais é do que um estado Superior de Consciência, o qual é atingido por todos aqueles que reconciliam-se com a Lei e atingem a Autorrealização Íntima do Ser.
Como uma última análise, K-PAX nos convida para olharmos para nossa própria vida e percebermos que nosso passado nos visita diariamente, nas diversas situações que acontecem. Cabe a nós, termos este olhar consciente de compreendermos a Lei do Pêndulo, a Lei de Causa e Efeito, para que paremos de reagir diante das circunstâncias que nos acontecem, pararmos de conflitarmos com as pessoas e com o mundo, pois só assim lograremos êxito em Fazer a Vontade de Deus, ou seja, andarmos conforme as Leis, que não foram criadas para nos punir, mas para organizar o mundo e para termos compreensão de que também somos Deuses, de que temos muito poder, mas este, deve ser direcionado ao nosso “Prot Interno”, ou seja, nosso Real Ser.
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